quinta-feira, 27 de agosto de 2009

CARTA ABERTA A CÂMARA DE DEPUTADOS

Prezados Senhores,
venho por meio desta tentar de alguma forma atentar para o erro que foi cometido por esta distinta casa ao firmar concordata com a Igreja Católica Apostólica Romana, na pessoa do estado do Vaticano, e mais com o poder "escolástico do Magistério" deste estado e desta instituição, vejo grandes feitos e pessoas dentro dela, mas estes não representam o poder aqui evidenciado pelas "aspas", este poder manchou esta instituição de sangue de muitos povos ditos hereges, inferiores simplesmente por não possuir a imagem do deus que estes formataram em suas idéias e seus dogmas, cito como exemplo a Espanha na época medieval e época contra-reformista, Portugal também, Espanha época de Augusto Franco, Alemanha de Hitler, governos totalitários e cruéis que firmaram parceria como esta que estamos aprovando nesta distinta casa.
As decisões desta casa e do Itamaraty estão indo de encontro a discussão que hoje há no MEC, vemos uma ferida grande e extremamente aberta, com isso havendo risco de morte na laicidade do estado, a livre expressão de religião estará não veladamente, mas sob este subterfúgio de contrato, afetada de maneira aguda, pelo simples motivo dos moldes de educação religiosa que estão com esta ação implantando. No MEC estamos verificando uma discussão extremamente atual sobre o lugar da Teologia, não com seu objeto de estudo sendo "Deus", o "Sagrado", ou "Deuses", ou até "Não Deus", mas sim o relacionamento do homem, ser-humano, com este "Sagrado", ou "Não- Sagrado", isto transformando a discussão aberta e ampla para todos os que confessam qualquer religião, ou que são agnósticos, ao cientistas, pois esta esfera de ciência humana para Teologia dá esta abertura, e mais a torna a ciência de maior profundidade em estudos, pois mexe com todo âmago deste ser-humano, agora já a educação religiosa em sua esfera sem ser de terceiro grau, escolas públicas este acordo firmado trará sérias conseqüências para um futuro que está sendo aberto por esta discussão acadêmica do MEC, pois simplesmente estaremos maquiando uma catequese com a bandeira de ensino religioso, simplesmente estão abrindo espaço para o proselitismo de uma ou outra religião, no caso aqui deste acordo estão abrindo para a catequese da Igreja Católica Apostólica Romana, e mais, não tentem maquiar sob a forma de filososia, pois uma filosofia onde se coloca o objeto de fé dentro do discurso não muda em nada o que repudio no conteúdo desta carta, agora se partirem para uma "antropologia da religião" onde analisam os povos em suas culturas e seu relacionamento com este Sagrado, passando por sua história sem omissão de fatos e de todas as manifestações religiosas ou adversoreligiosas, aí será mais honesto, sem defraudação de fatos e expondo um leque de escolhas para este homem em formação seguir seu caminho.
Peço que se auto analisem os próprios senhores deputados, os exso senhores deputados mesmo, cada um dos senhores de "partidos diferentes" sentam, articulam, discutem, fazem alianças, isto faz parte da democracia, e mais , cada um dos senhores possui uma religião, e nem por isto esta ou aquela religião de cada um influencia nestas discussões e alianças, portanto queremos em nosso país este mesmo direito, direito de exercer a religião que queremos, que nos identificamos, que escolhemos (desde que todas as outras sejam apresentadas de maneira isenta, honesta), sem despejo de dogmas, sem que sejamos catequizados e direcionados a uma ou outra, aí ainda poderei dizer que o Brasil é bom, que meu país concede oportunidades e que estamos realmente em "ORDEM E PROGRESSO".