terça-feira, 7 de outubro de 2008

MEDIOCREDADE NA IGREJA, ALIADA A CONCEITOS ERRADOS

Tenho verificado muito de uns tempos para cá, que simplesmente estamos ficando anestesiados referente a algumas situações, principalmente na igreja.
Situações que simplesmente estamos respondendo como se fosse “permissão divina” (“Ah! Meu irmão, se isto está acontecendo é permissão de Deus!), ou então, estamos respondendo com uma das frases que está acabando com a igreja, a meu ver, que é:
_ “Fulano está fazendo isto? Ah! Ele vai dar conta disto! Ele dará conta a Deus disto...”.

A primeira referente à “permissão divina”, atrapalha, pois este conceito é usado erroneamente, pois Deus permite qualquer coisa, ele respeita suas tomadas de decisões, mesmo você escolhendo o caminho definido biblicamente como caminho que leva a morte...
Temos de diferenciar permissão de Deus, e vontade de Deus, verifiquemos abaixo:

1) Permissão: Ele permite qualquer coisa, inclusive que você peque... (NÃO PODEMOS ESQUECER QUE DEUS É ONIPOTENTE, SE ELE QUISER ELE SIMPLESMENTE FAZ O SER-HUMANO NÃO PECAR MAIS, E ISTO COM UM SIMPLES DESEJO, nisto ele respeita sua criação e o livre-arbítrio).
2) Vontade: sua vontade “É BOA PERFEITA E AGRADÁVEL (nem sempre entendemos isto), quando estamos sob sua vontade dá tudo certo, mesmo sem percebermos...”.

Nisto achamos até ministérios iniciados pela simples vontade do homem, homens com cargos na igreja por vontade humana, pastores ordenados por vontade humana...
Deus permitiu? Permitiu sim, mas com certeza não é de sua VONTADE que estas coisas, defino aqui como “aberrações eclesiásticas”, aconteçam...
E coisas piores, que, creio eu, sejam casos de patologia, quando você fala com uma pessoa desta, que a mesma está errando, cometendo falhas até pelo seu despreparo, ouvimos a célebre frase:
_ “Ah! Meu irmão Jesus foi perseguido por que eu não serei?”
Não há nem humildade em ouvir um irmão e verificar onde está errando e se consertar, o “cabra” está fazendo bobagem, nós como corpo de Cristo temos obrigação de alertá-lo, exortá-lo com amor, e mesmo assim ele se acha certo e perseguido, “santo imaculado”, e é pior quando este possui cargo na igreja, aí é que a humildade vai para o espaço, e o pior se tiver oportunidade de ir ao púlpito pregar vai falar em perseguição (e dizer que ele é ou foi perseguido), vai falar de fofoca (porque ele “é vítima disto”), vai fazer do púlpito um lugar para autopromoção...
Em sua vida familiar deve mentir dizer que está certo, dizer a família que é assim mesmo, que somos realmente “diferentes” e temos de nos “guardar”, indica com quem cada um deve fazer amizade, fofoca da vida alheia e o pior, vira uma “família real” dentro da igreja, “intocáveis e perfeitos”, verdadeiramente sepulcros caiados que se valem da vontade permissiva de Deus para praticar coisas que vão de encontro a qualquer ensinamento de Cristo em suas Sagradas Escrituras.
Deus é tão maravilhoso, que mesmo assim desta forma “aos trancos e barrancos” de vida cristã, Ele usa esta situação para seguir com sua obra, derramando de graça, pois graça não é para ficarmos preguiçosos, como o Dr. Shedd costuma dizer, graça é PODER DE DEUS, que é utilizado para seu Reino ser visto por nós miseráveis...
Um pastor, ou diácono, ou pregador ordenado por vontade humana com permissão de Deus irá ser “usado”, pois mesmo assim pela Sua graça ele atinge o que ele quer salvar, vemos na bíblia até uma mula sendo usada...
Agora, estar sob a vontade de Deus lhe dá paz, você não incomoda os irmãos (que estão em cristo também), você é bem-vindo em qualquer lugar ou círculo dentro da igreja, tudo que você vai fazer você coloca em oração para saber se realmente é da vontade de Deus, há uma dependência divina em suas ações...
Temos o entendimento de que somente Deus é perfeito, por que então quando vamos fazer, aceitar, falar qualquer coisa, principalmente dentro da igreja que é D’ele, não o consultamos para saber de Sua vontade? Por que afirmamos que Ele é o Senhor de nossas vidas, não passamos a colocar tudo de nossas vidas, que não são nossas, de acordo com a vontade D’ele?
Nisto há um desdobramento para um segundo problema, uma segunda dificuldade, verificamos um determinado irmão que está causando este ou aquele problema, aí comentamos entre nós da dificuldade, e o pior, não falamos com quem tem de se acertar, se resolver, e o pior, dizemos: “Ele vai dar conta! Cada um vai dar conta de si!”
O que é um absurdo, pois somos um corpo e quando este corpo está com uma parte nele doente, o funcionamento do resto fica prejudicado...
O apóstolo Paulo nos convida a “não nos conformarmos com este século”, posso interpretar como não se conformar com situações apresentadas que afrontem o evangelho, normas de conduta, pois se afirmamos uma conversão, conversão é mudança de caminho, portanto devemos mudar o nosso em direção a Cristo, veja que não estou falando aqui que você “virou uma pessoa perfeita” depois de sua conversão, aqui estou ratificando que você passa a ser incomodado pelo Espírito Santo quando você aceita a Cristo como seu único e suficiente salvador, passa a buscá-lo, se santifica, ora e consequentemente é salvo, não é simplesmente “dizer” que aceita a Cristo, mas sim colocá-lo em seu coração, e mais ainda, honesto, de caráter bom temos de ser até em sociedade, fora da igreja, mas na igreja é uma eterna busca de Cristo com o Espírito nos conduzindo e nos colocando sob a vontade de Deus, com isso devemos sim falar com amor ao nosso irmão que esteja com comportamento em desacordo, e mais, se necessário exorta-lo, se formos pastores podemos sim disciplina-los, com amor, mas disciplina-los, pois uma maçã podre no cesto pode apodrecer o resto...
Se somos passivos demais e não procedemos como irmãos em Cristo e falamos a este irmão correremos o risco do “joio ter mais voz ativa que o trigo”, pois esta pessoa acaba se aproveitando do evangelho, acaba se aproveitando desta postura de se encolher e fazer mesmo as coisas erradas, pois o irmãozinho acha “que ele vai dar conta”... “A Deus pertence julgar...”, outro erro, Deus fala sim em não julgar, mas também nos invoca a agir conforme o fruto apresentado, por exemplo, eu duvido se o irmão é caloteiro, você empresta dinheiro a ele! Você está certo, está agindo conforme os frutos apresentados, então que possamos agir mesmo de forma positiva contra esta passividade que se apressa em chegar a passos largos a uma MEDÍOCRIDADE, e o pior a uma “mediocridade santa”, ou uma pseudo-santidade, ou uma patomedíocresantidade, que só aparece nas igrejas, onde, como colocado, o indivíduo se acha certo, não liga para os demais e ainda se compara perseguido igual a Cristo...

Nenhum comentário: