quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"LUTERO, HONESTIDADE E AFINS..."

Fiquei com um pensamento desde uma palestra cujo tema era "O QUE LUTERO TERIA PARA FALAR PARA IGREJA DO SEC.XXI".
Foi muito boa, acrescentou realmente muito em duas situações, primeiro que, como o próprio palestrante colocou, o título precisaria de ressalvas(...), pois Lutero NÃO TERIA NADA para falar hoje, o que ele disse e propôs foi para seu contexto histórico, o que corroboro em achar totalmente correto. O que ficou foi uma situação muito legal de constatação de fatos e uma abertura de significado referente a esta época, eu explico, na época medieval tivemos a peste negra, que varreu a europa matando milhões(alguns ignorantes até acharam que Cristo estaria voltando...), com isso houve a velha aproximação de Deus, busca com relação a peregrinações e relíquias(dedinho de São Pedro, lascas da cruz de Cristo circulavam em todos os lugares da Europa), nisto a Igreja passou a ser mais valorizada ainda, simonia, indulgências se tornaram as grandes práticas da época, nisto angariando grandes fundos para esta instituição, tanto que grandes senhores feudais eram bispos. O que quero com este relato é aqui atestar o que me foi descortinado com a ajuda desta palestra, o simples fato de que na época Deus foi colocado tão longe que necessitou de um mediador, este Deus passou "fórmulas" para a igreja gerenciá-lo (Cito aqui um livro chamado "Diálogo com Trifão",de Justino Mártir da Paulinas, onde certa parte deste diálogo, quando Trifão está diante da inquisição, ele afirma que se tivesse o conhecimento não precisaria dos padres para lhe impor penitência, saberia o que é certo ou errado...), nisto vejo até uma "ingenuidade/pureza" dos indivíduos da época, chego a afirmar um "anseio exacerbado de Deus" no sentido de que eles estavam procurando o "céu"... Estavam demandando um sentimento de "O QUE DEVEMOS FAZER, A QUE DEVEMOS NOS SUBMETER PARA IRMOS PARA O CÉU", só que o "gerente" deste caminho para o céu não era honesto e nem puro quanto a esta população, o "que eu tenho de fazer para mim" ficou mais em voga...
Já hoje se formos analisar nosso contexto latino à nivel econômico e social, o que coloca a demanda de sentimento "no que devemos fazer para usufruirmos do mais e melhor que o "aqui" deve nos oferecer, nisto a igreja também se legitimou com o "pare de sofrer", e colocou a gerência sob o domínio dela também, vejo agora uma coisa muito mais perigosa, as pessoas não estão mais se importando com o que Deus realmente é, querem somente este deus para satisfação, o objetivo não é mais alcançado na Glória, ele é vivido de maneira "hedonista egoísta", e nisto a igreja deve dar conta...
Como então a igreja deve agir? Somos realmente honestos?
Já tive sérios embates, pois não consigo ser desonesto com relação as coisas que atribuo como sagradas, este gerenciamento da parte da igreja com parte com um demônio chamado de "Dominação Dogmática", uma escolástica onde atendemos qualquer um de qualquer jeito, pois "FAZEMOS O DEUS DO JEITO QUE VOCÊ QUER!", parece até aqueles folhetos dizendo "TRAGO A PESSOA AMADA EM TRÊS DIAS!", a servidão pelo simples fato da cruz, e a plena consciência de que tudo que acontece com você é por pura Graça no olhar de Deus para com a sua criação, é por isto que grandes incômodos dentro da igreja foram e são pessoas que nunca colocaram este caminho de servidão com um fim, sem objetivo simplesmente pelo fato de que se têm de fazer POR GRATIDÃO PELA CRUZ...
Gerar pessoas críticas, que vejam, pensem, discirnam, e principalmente falem, isto só com honestidade e peito para se passar uma navalha na carne, Deus não precisa de defensores, quem precisa se defender é a igreja, ou o que é falado nela, se for honesta, justa, também não precisará que a defendam, sua postura se torna inatingível pelo simples fato de falar-se a verdade, agora, quem vai ter peito de dizer "sim, sim, e o não, não..."

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